Casos à parte
Não ligo a futebol, mas como fenómeno mediático, de massas e de interesse sociológico, é possível perceber algumas das contradições deste país.
Em Portugal assistimos a casos dramáticos de dificuldade de sobrevivência por parte de gente que sonhou, teve a coragem e a ousadia de deixar o seu país para trás buscar no nosso uma vida melhor. São inúmeros os casos que dão conta de pessoas, que por serem originários de determinado país não lhes é permitido exercer condignamente a sua profissão. Valoriza-se a origem em detrimento da formação. Vivemos num país tão alienado que não permite que uma médica trabalhe num centro de saúde ou hospital, a não ser para lavar escadas apenas porque é da Bielorrússia ou da Ucrânia. Num país em que se fala tanto da importância dos recursos humanos, de investimento na valorização profissional, preferimos ter falta de médicos ou outros profissionais, a dar trabalho a alguém cuja formação nada nos custou e que em muito poderia contribuir para a melhoria da nossa qualidade de vida. Entretanto quando é preciso um treinador para um clube de futebol selecciona-se alguém de acordo com a sua competência, seja azul, verde às riscas amarelas, espanhol ou japonês, tal como aconteceu com o novo técnico do Benfica, Camacho. Não sei se é do verão, da "Silly Season" que aparece nesta altura de férias e deixa tudo distarído, mas não vejo ninguém convocar manifestações e descer à rua a justificar a crise em que vivemos apontando o dedo às hordas de estrangeiros que invadem Portugal e "tiram" o emprego aos portugueses.
Em Portugal assistimos a casos dramáticos de dificuldade de sobrevivência por parte de gente que sonhou, teve a coragem e a ousadia de deixar o seu país para trás buscar no nosso uma vida melhor. São inúmeros os casos que dão conta de pessoas, que por serem originários de determinado país não lhes é permitido exercer condignamente a sua profissão. Valoriza-se a origem em detrimento da formação. Vivemos num país tão alienado que não permite que uma médica trabalhe num centro de saúde ou hospital, a não ser para lavar escadas apenas porque é da Bielorrússia ou da Ucrânia. Num país em que se fala tanto da importância dos recursos humanos, de investimento na valorização profissional, preferimos ter falta de médicos ou outros profissionais, a dar trabalho a alguém cuja formação nada nos custou e que em muito poderia contribuir para a melhoria da nossa qualidade de vida. Entretanto quando é preciso um treinador para um clube de futebol selecciona-se alguém de acordo com a sua competência, seja azul, verde às riscas amarelas, espanhol ou japonês, tal como aconteceu com o novo técnico do Benfica, Camacho. Não sei se é do verão, da "Silly Season" que aparece nesta altura de férias e deixa tudo distarído, mas não vejo ninguém convocar manifestações e descer à rua a justificar a crise em que vivemos apontando o dedo às hordas de estrangeiros que invadem Portugal e "tiram" o emprego aos portugueses.
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