"A Criar natureza"
Lavoisier dizia que na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. O ser humano por vezes parece que se esquece disso. Há dias vi um documentário da National Geographic (o primeiro filmado em Portugal) sobre a devolução ao mar pelo Oceanário de Lisboa de uma Manta Gigante que tinha sido capturada nas costas do "Allgarve", aquando da abertura daquele espaço, a que foi dado o título pomposo de "A Criar natureza". Não percebi de que forma se estaria a "criar" natureza num acto de respeito e de justiça por um membro dos chamados animais irracionais que tanto nos deslumbram e que igualmente tanto maltratamos. A razão que justificou a libertação foi o crescimento do animal que de tão grande (4 metros de envergadura) deixou de caber no aquário. Não foi um acto de criação, não houve qualquer reprodução ou nascimento, simplesmente se soltou um prisioneiro, mas continua-se a lidar com estes casos como paradigmas da nossa grande generosidade. Mais uma vez foi uma questão de conveniência nossa, não das espécies que mantemos em cativeiro e desta em particular; ainda que essa seja a única forma que milhões de pessoas em todo o mundo encontram para poderem ver de perto alguns exemplares, continuamos arrogantes, paternalistas e condescendentes quando temos a pretensão de que tudo fazemos em nome de um bem maior, de uma necessidade incontornável ou até mesmo para os defendermos da extinção, que é o mesmo que dizer, defendê-los de nós próprios.
Um comentário:
Não posso concordar mais contigo!!
Beijos
Postar um comentário