Olé, olé Chibanga!

A Tourada é uma actividade estranha: parece que os touros são facilmente contaminados por muitas pragas; como são animais bravos aparecem uns cavaleiros a tentar tirar a bicharada do lombo deles com um ferros a que chamam bandarilhas, mas provocam sempre tanto estrago que deixam o bicho a sangrar, coitado.

A seguir, depois daquela correria em que o desgraçado até fica de língua de fora, eis que surge um corajoso camareiro vestido com um traje justo de cor berrante e cheio de brilhantes, que faz sempre lembrar bandas de "Disco Sound" como os "Kool and the Gang "ou os "Earth Wind and Fire" com uma toalha toda catita para tentar limpar um pouco do suor do lombo do touro e assim refrescá-lo!

Mais tarde aparece um grupo de defesa dos direitos dos animais composto por oito miúdos em calções que os seguram com um cachecol enrolado na cintura, porque os cintos são feitos de pele de animal, meia branca e de barrete (disfarçados com medo de represálias); nestes preparos correm para a criatura com intenção de o abraçar e beijar: o entusiasmo de todos é tanto, que por vezes jorra sangue (deles, não do bicho, que é rijo que nem aço). A intenção é boa e tratarem-nos por forcados é justo, já que só com sorte não se fica sem ar nos pulmões com tanta e animada chifrada...!

Por fim, exausto, (não há bicho que resista a tanta emoção), alguns destes quadrúpedes saem muito cansados e a arrastarem-se atrás da sua vacas que, para os convencerem melhor, aparecem quase sempre com umas vizinhas e amigas jeitosas, que entram em grupo a abanar os quartos-traseiros; se uns morrem fulminados de emoção antes de conseguir sair da arena (é um bicho com um coração fraquinho fraquinho), outros desaparecem por baixo das bancadas e parece que depois de momentos tão intensos, são "convencidos" a doar o corpo à ciência gastronómica, sendo depois de mortos, vendidos em bocados pelos talhos da região!
E a besta é o touro? E é o touro a besta?