sexta-feira, 14 de março de 2008

Trânsito

Ao melhor estilo de uma produção americana, a TVI oferece-nos diariamente bem cedo informações de trânsito com recurso a helicóptero e tudo! Como não podem ficar atrás as outras estações fazem o mesmo ainda com mais modéstia de meios e menor dispêndio de recursos.
O que eu ainda não percebi é qual é o interesse em saber como está a circulação rodoviária.

As nossas estradas têm designações que enganam facilmente; quem vê e ouve falar n o IC19 julga de imediato que existirá em alternativa o IC18 ou o IC20 e que é só escolher; quem fica a saber que existe a VCI facilmente se impressiona com uma designação de três letras para uma simples via rápida.

O "arranca-pára" na 2ª circular em Lisboa ou no Campo Alegre no Porto é inevitável porque não há opções e estando lá não se pode fugir; quem estiver em casa à hora da transmissão das informações de trânsito é porque não vai trabalhar ou no caso de ir, já não terá problemas ou seja também não precisará delas.

Quando se diz que em determinada via há um acidente, presta-se um mau serviço pois o português médio precipita-se logo para lá para saber o que aconteceu e mais tarde poder contar, quem sabe às câmaras de televisão. "Ir ver" o que se passa é quase um desporto nacional e não são raras as vezes em que a sua prática provoca outros acidentes na via em que circulam estes "desportistas". Sendo assim conclui-se que referir dificuldades de trânsito devido a acidentes aumenta o grau de engarrafamento das estradas.

Quando algo é inevitável é sadismo estarem sempre a lembrar-nos do mesmo e por isso eu prefiro nem saber; porém tento estar sempre prevenido com algumas revistas, jornais, saco para o enjoo, estojo de manicure, arrastadeira, estojo de primeiros socorros (sande de presunto, lata de cerveja, saco de tremoços, amendoins e frasco de azeitonas) para o caso de ter de passar boa parte do meu tempo em filas de carros.

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