terça-feira, 11 de setembro de 2007

Triste (des)entendimento

Sendo Jerusalém uma cidade santa para três religiões não deveria ser o paradigma do entendimento, o exemplo perfeito da harmonia na diferença de perspectiva sobre o mesmo objecto? Recordo uma história dos bancos da faculdade em que uma professora justificava assim a relatividade das opiniões sobre o mesmo assunto: certo dia, na Índia - um país com grande incidência de cegueira, tanto assim que a primeira vez que a Fundação Champalimaud atribuiu o Prémio António Champalimaud de ciência, que visa distinguir com 1 milhão de Euros, a investigação no domínio da visão e da prevenção da cegueira em países em desenvolvimento fê-lo a uma instituição indiana de luta contra a cegueira, a Aravind Eye Care System, escolhida entre 34 candidatos - três cegos que vagueavam pela floresta foram contra um elefante que descansava. O primeiro bateu contra a tromba e julgou tratar-se de uma serpente, o segundo colidiu com uma das patas e imaginou ter batido no tronco de uma árvore enquanto que o terceiro foi contra o ventre e pensou estar perante uma grande pedra. Todos estavam a "olhar" para o mesmo e no entanto com perspectivas distintas. Tanto a cegueira como ausência do sentido da visão como a espiritual são um problema e em relação a esta última não faltam bons exemplos.

P.S. Aconselho a música "Jerusalem" do cantor americano Matisyahu

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