Ministra da Educação?
Cerca de 48.000 professores ficaram sem colocação no concurso cujos resultados foram divulgados na sexta-feira passada. A Ministra titular da pasta prestou declarações sobre o assunto e mais uma vez foi clara nas suas palavras, mas eu não concordo com algumas!
1- Dizer-se que quem concorre é "candidato a professor" por correr o risco de não ter trabalho é uma barbaridade, não se deixa de ser professor por temporariamente não se leccionar, tal como um engenheiro que tenha ingressado na política também não. É qua assim até parece que qualquer um se pode candidatar aos concursos para dar umas aulitas e não apenas quem é profissional de ensino, como acontece.
2- Perante o elevadíssimo número de desempregados a única resposta da Ministra da Educação (?) é "tentem mudar de profissão..."???? Por um lado quer-se gente nas universidades (onde já vai o tal ensino tendencialmente gratuito), rampa de lançamento dos nossos políticos (Ministra da Educação(?) incluída), mantêm-se abertos cursos superiores (enquanto escrevo ninguém os fechou), que não servem para outra coisa que não para formar professores, exige-se que se faça uma profissionalização depois de terminar a faculdade (enquanto escrevo estas linhas nada disso mudou) para que se esteja habilitado a exercer a profissão e depois é esta a resposta? É que se fala de pessoas que em muitos casos trabalham há mais de dez, doze, quinze anos e que não acabaram de sair da faculdade. Dizer-se que as pessoas quando entram para um curso universítário têm de estar cosncientes dos riscos inerentes a essa escolha não é de quem é sério. Então não e o Governo que autoriza e dimensiona os cursos de acordo com as necessidades presentes e futuras do país? Se não é, devia, se não és, então estamos pior do que imaginava! (Ah, desculpem, parece que uma universidade da nossa praça fechou. Terá sido por isso?...)
3- Não é de bom tom dizer-se que o desemprego dos professores é um problema social grave, mas não é problema do Ministério da Educação, que tem assuntos e prioridades mais importantes como o insucesso ou o abandono escolar para tratar. Parece que os recursos humanos de que o Ministério põe e dispõe são objectos como as cadeiras e mesas das escolas que se arrumam a um canto quando não são necessários e depois de uma limpeza para tirar o pó vêem novamente a luz do dia quando são precisos. O problema é o que acontece à vida dessas pessoas entre esses dois momentos. Se fosse ao contrário, se houvesse professores a menos, aí já seria um problema do Ministério da Eucação. Este cenário pode parecer distante, mas o estado das coisas fará com que um dia se torne realidade e depois voltaremos aos tempos recentes em que qualquer um podia dar aulas e em que o Ministério da Educação dizia que a falta de qualidade de professores era uma das principais causas do estado do ensino em Portugal. O Reino Unido está neste momento a braços com um défice enorme de professores ao ponto de através das Embaixadas espalhadas pelo mundo tentar recrutar profissionais para satisfazer as suas necessidades... É que tal como em Portugal também se retirou dignidade à profissão.
Enquanto os nossos políticos tratarem os problemas do país desta forma, dificilmente deixarão de criar outros tão ou mais graves com as suas atitudes. Continuamos a ser um país que varre para debaixo do tapete o que não quer ver, ainda que neste caso não seja lixo.
1- Dizer-se que quem concorre é "candidato a professor" por correr o risco de não ter trabalho é uma barbaridade, não se deixa de ser professor por temporariamente não se leccionar, tal como um engenheiro que tenha ingressado na política também não. É qua assim até parece que qualquer um se pode candidatar aos concursos para dar umas aulitas e não apenas quem é profissional de ensino, como acontece.
2- Perante o elevadíssimo número de desempregados a única resposta da Ministra da Educação (?) é "tentem mudar de profissão..."???? Por um lado quer-se gente nas universidades (onde já vai o tal ensino tendencialmente gratuito), rampa de lançamento dos nossos políticos (Ministra da Educação(?) incluída), mantêm-se abertos cursos superiores (enquanto escrevo ninguém os fechou), que não servem para outra coisa que não para formar professores, exige-se que se faça uma profissionalização depois de terminar a faculdade (enquanto escrevo estas linhas nada disso mudou) para que se esteja habilitado a exercer a profissão e depois é esta a resposta? É que se fala de pessoas que em muitos casos trabalham há mais de dez, doze, quinze anos e que não acabaram de sair da faculdade. Dizer-se que as pessoas quando entram para um curso universítário têm de estar cosncientes dos riscos inerentes a essa escolha não é de quem é sério. Então não e o Governo que autoriza e dimensiona os cursos de acordo com as necessidades presentes e futuras do país? Se não é, devia, se não és, então estamos pior do que imaginava! (Ah, desculpem, parece que uma universidade da nossa praça fechou. Terá sido por isso?...)
3- Não é de bom tom dizer-se que o desemprego dos professores é um problema social grave, mas não é problema do Ministério da Educação, que tem assuntos e prioridades mais importantes como o insucesso ou o abandono escolar para tratar. Parece que os recursos humanos de que o Ministério põe e dispõe são objectos como as cadeiras e mesas das escolas que se arrumam a um canto quando não são necessários e depois de uma limpeza para tirar o pó vêem novamente a luz do dia quando são precisos. O problema é o que acontece à vida dessas pessoas entre esses dois momentos. Se fosse ao contrário, se houvesse professores a menos, aí já seria um problema do Ministério da Eucação. Este cenário pode parecer distante, mas o estado das coisas fará com que um dia se torne realidade e depois voltaremos aos tempos recentes em que qualquer um podia dar aulas e em que o Ministério da Educação dizia que a falta de qualidade de professores era uma das principais causas do estado do ensino em Portugal. O Reino Unido está neste momento a braços com um défice enorme de professores ao ponto de através das Embaixadas espalhadas pelo mundo tentar recrutar profissionais para satisfazer as suas necessidades... É que tal como em Portugal também se retirou dignidade à profissão.
Enquanto os nossos políticos tratarem os problemas do país desta forma, dificilmente deixarão de criar outros tão ou mais graves com as suas atitudes. Continuamos a ser um país que varre para debaixo do tapete o que não quer ver, ainda que neste caso não seja lixo.
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