quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Cais

Pelo tempo quante anseia, abandonado, mas altivo. As agruras do inverno partiram e roubaram degraus, lascaram o cimento, enferrujaram e enfraqueceram a robusta estrutura, que tantas gargalhadas ouviu de muitas crianças cujos pés sentiu. O calor vai aumentando e a maré vai subindo afundando os seus alicerces a tempo da chegada dos inefáveis mergulhadores de palmo e meio. Serão incontáveis e ininterruptos os saltos para a água cujas gotas se diluirão na alegria natural dos mais novos. Ponto de encontro de muitos, suportará a acrobacias de todos sem um único lamento. Será assim todos os dias durante alguns meses... Quando o verão terminar e o inverno regressar terá o seu merecido descanso. Sentirá apenas o gosto da maresia e o carinho agreste do frio, mas terá o seu merecido descanso...até ao verão regressar lento como um distante navio.

3 comentários:

Anônimo disse...

É lindo pensar que um cais também sente...


"Tipa" anónima

Anônimo disse...

Já fui cais!Pelo tempo da conversa ansiava.As agruras da vida,do dia a dia ficavam mais suaves,minha alma mais colorida.A frequência aumentava e a maré do meu encantamento explodia.Eram incontáveis todas as sensaçoes.........Foi assim durante muito tempo ou pouco tempo(a noção de tempo é algo de irreal).O cais continua de pé....

Anônimo disse...

Que saudades dos mergulhos !!!