segunda-feira, 28 de abril de 2008

Boa noite

Vi um pai quase tão alto quanto eu com duas filhas quase tão altas quanto as minhas.
Senti-me pequeno. A vossa distância torna-me minúsculo, incompleto; assistir ao vosso crescimento é que me faria crescer. Os genes ofereceram-me altura, o vosso nascimento trouxe-me estatura.

Estar longe não alimenta o silêncio, mas não poder encher os meus olhos com os vossos sorrisos e os meus ouvidos com as vossas gargalhadas , definha a alma que mantenho viva, palpitando, com as recordações. A cada reencontro, uma inspiração funda de emoções para que aqui, longe, possa sobreviver à apneia do afastamento e da solidão.

Um dia compreenderão porque razão muitas terão sido as noites em que ao deitar, ao chamarem "paaaaai", não tivessem ouvido mais do que o som da minha ausência.
O regresso é inevitável e tão certo quanto ansiado. Até lá, bons sonhos...

2 comentários:

Anônimo disse...

ainda vais passar muitas noites acordadas a dizer: "filhinha dorme vá la. deixa o pai dormir". paiiii paiiii paiiii paiiii paiiii paiiii

W. C. Fields disse...

É como o ar; quando nos falta sentimos mais a sua falta... Acredito que todas as dores têm um fim útil, uma lição.