quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A (in)felicidade da segurança

Há quem nos dê vida de uma só vez e há quem nos mate aos bocados. Morrer de amor é óptimo, mas tirando essa todas as outras são desagradáveis. A nossa resiliência depende de muitos factores: envolvimento, pena, esperança, comodismo, fraqueza, masoquismo... Há pessoas que se mantêm juntas sendo infelizes porque pelo menos o sofrimento que as une e destrói é familiar.
Não sabem o que as espera o futuro se se separarem e vão ficando, vão indo. Pensam no passado de felicidade que se desvaneceu e por vezes persistem durante anos a tentar recuperá-lo.

Alguém disse que a felicidade é o preço que se paga pela segurança. O medo de arriscar faz com que até um animal selvagem não fuja da gaiola que o mantém prisioneiro, mesmo que a porta esteja aberta e o caminho livre, a não ser que os seus instintos de sobrevivência sejam inferiores aos de liberdade. Acontece com o ser humano deixar de perceber que numa relação só se deve ficar enquanto houver liberdade para nos prendermos.

A lucidez desvanece-se, as prioridades alteram-se e a vida vai passando devagarinho como um rio calmo por uma ponte.
Vamos sempre a tempo de mudar. Podemos ter a consciência de que o que nos resta é muito menor do que já vivemos, mas será que não é preferível morrer com um sorriso que se sobreponha à tristeza do passado, por muito grande que esta possa ter sido?

2 comentários:

quem é Tati ? disse...

talvez a segurança toda seja insegurança também... acho que prefiro o risco com sabor de fruta mordida... ou a tranquilidade de um recomeço em um local mais tranquilo... resta uma questão: onde?

ele há dias felizes disse...

há alguma relação segura??
medo do futuro a sós? e então a dois...?
... nem me atrevo a continuar além deste ponto... é terreno pantanoso... e já aprendi - à minha custa - que, nestes assuntos, não há verdades absolutas... dar conselhos é muito lindo, mas cada um sabe melhor de si...