quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Menina do meu olho esquerdo

O sol voltou. Pedi-lhe que regressasse para te iluminar um pouco a alma e afastar o frio destes dias chuvosos e cinzentos. Tens andado cansada, o dia é desgastante. O teu ar, pela tua tenra idade, persiste misterioso e intensifica-se com os tons escuros da roupa que te aconchega...mas tu também és deslumbrante com cores claras. Sei que a teu espírito é mais colorido que o Arco-íris e que combina muito bem com a radiação que do céu nos chega. Esse raio de luz, que te despertou totalmente ao abrir a janela logo pela manhã, foi enviado por mim. Ao acordares recebes sempre um beijo dos meus lábios, que ruborescem a tua bochecha esquerda. Para ti jamais se esgotarão. É um ritual matinal que solidifica os nossos laços de afecto. Espero que um dia gostes de mim como eu de ti. Se assim for também terás dificuldade em explicar, poderás nunca conseguir porque amor entre pai e filha é como o vento que se sente e não se prende, que se pressente e não se explica.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Nem sei quantas cores
meu jardim trazia...
Mas amor tem cheiro"

Que texto lindo!
Parabéns. És sempre eloquente.
Mais ainda, quando as palavas brotam do teu subsolo...




Encanto